Segundo o mais recente balanço mensal do Banco Nacional de Angola (BNA), divulgado hoje, do total destas compras, em fevereiro, apenas cerca de 10 por cento foram provenientes dos próprios clientes, comprovando a escassez do acesso a divisas face à crise da cotação do petróleo e consequente diminuição da entrada de dólares no país.

Em setembro do ano passado, antes do agravamento da crise petrolífera, e também segundo dados do BNA, mais de 61% das divisas compradas pela banca angolana foram asseguradas junto dos próprios clientes.

Atingiram então (apenas nas vendas dos clientes) os 1.835 milhões de dólares (1.710 milhões de euros), quando em fevereiro de 2015 foram de apenas 190 milhões de dólares (177 milhões de euros).

Atualmente, os levantamentos de dólares, moeda utilizada para pagamentos ao exterior e no mercado interno informal, continuam a apresentar constrangimentos aos balcões dos bancos comerciais, como limitações nos valores. É também praticamente impossível concretizar este tipo de operações no mesmo dia, conforme a Lusa tem vindo a constatar em Luanda.

A situação dificulta igualmente o envio de remessas para o estrangeiro, seja de cidadãos nacionais para familiares como de trabalhadores expatriados em Angola.

Em alternativa, muitos optam por recorrer ao mercado paralelo, de rua, onde o dólar norte-americano continua fortemente valorizado - cerca de 10% em seis meses - relativamente à moeda nacional angolana, o kwanza.

Ainda assim, segundo dados do BNA, os bancos comerciais compraram em janeiro 1.800 milhões de dólares em divisas, montante que em fevereiro subiu para 1.831 milhões de dólares.

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