Uma colisão no Itinerário Complementar n.º 2 (IC2), na freguesia de Marrazes, em Leiria, provocou hoje dois mortos e dois feridos ligeiros.

Frederico Sousa lamentou que "mais duas pessoas de Leiria tenham morrido", acreditando que estas mortes "poderiam ter sido evitadas se as obras prometidas pela Estradas de Portugal" se tivessem iniciado em janeiro, "como prometido e assinado".

"Precisamente no local onde hoje ocorreu o acidente está previsto a colocação de separadores. As obras já deveriam ter-se iniciado e se os prazos tivessem sido cumpridos o desfecho da colisão de hoje poderia ter sido diferente", salientou.

O porta-voz da comissão prometeu que irão voltar a manifestar-se "em breve". "Desta vez, iremos avançar com formas de luta muito mais duras. As mortes neste troço têm de parar", frisou.

Em janeiro, a Estradas de Portugal lançou o concurso público para a requalificação de 12 quilómetros do IC2.

Numa informação enviada à agência Lusa, a EP referiu que "a empreitada agora a concurso diz respeito à 1.ª fase da requalificação e visa a melhoria das condições de segurança e circulação" no troço entre Leiria, no nó com a estrada nacional 109 e a zona do Barracão, numa extensão de 12 quilómetros.

O projeto de execução para esta obra prevê a introdução de separador central" nos primeiros 2,5 quilómetros do troço, adiantou a empresa, esclarecendo que "na restante extensão do lanço a intervenção visa, essencialmente, a melhoria e readequação da sinalização e equipamentos de segurança, a reformulação de algumas intersecções existentes, com o objetivo de eliminar as viragens à esquerda".

Em outubro de 2014, em menos de duas semanas, morreram duas pessoas no troço do IC2 em Leiria. O primeiro acidente, no dia 06, vitimou uma estudante, na Boa Vista, e no dia 17 uma lojista morreu naquela via, em Marrazes.

Os acidentes, que estão a ser investigados pela GNR, terão ocorrido quando viaturas entraram em despiste e colidiram com veículos que circulavam na faixa contrária, informou fonte desta força de segurança.

Já a 30 de dezembro, na mesma via, mas na zona da Madalena, um homem de 36 anos e a sua filha, de 14, morreram noutro acidente, uma colisão, que provocou também quatro feridos.

Na sequência do acidente de dia 17 de outubro, duas mil pessoas participaram numa marcha lenta na via num protesto marcado pelo Facebook, tendo sido desencadeada igualmente na Internet uma petição na qual os subscritores pedem separadores no IC2.

Também a Câmara de Leiria aprovou, por unanimidade, a 28 de outubro, uma moção a reivindicar a instalação de um separador central.

No dia seguinte, numa reunião que juntou a Câmara de Leiria, autarcas das freguesias do concelho que confinam a via, PSP e GNR, a Estradas de Portugal informou que iria analisar a proposta de separador central, tendo, menos de um mês depois, anunciado a obra, cujo concurso foi agora lançado no âmbito de um projeto de beneficiação da via que contempla outras intervenções.

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