A obra, da autoria da Fundição Lage, foi comissionada pelo Ministério do Turismo timorense e vai ser inaugurada no próximo dia 27 de novembro, estando colocada ao lado do padrão que, durante décadas, marcou o local onde chegaram os primeiros portugueses à Ilha.

"É importante para nos lembrar que foram os portugueses que descobriram esta terra há 500 anos. Estamos a preparar-nos para celebrar a chegada dos portugueses, principalmente os padres católicos. Se não fosse o descobrimento daquela altura não sabemos onde estaríamos", disse à Lusa o ministro do Turismo timorense, Francisco Kalbuadi.

Kalbuadi, que recordou que "há centenas de anos" que não chegava uma caravela a Timor, disse que o facto de a obra ter sido feita à mão "dá ainda maior sentido" ao projeto.

Agora falta concluir o resto do complexo do monumento, que inclui pelo menos duas estruturas adicionais, caminhos, zonas de água e jardins.

"Vou ficar cá ate 28 de novembro e vamos tentar tudo o possível (para ter tudo pronto). Não digo 100 por cento. Mas vamos tentar para inaugurar", disse ainda.

O monumento foi hoje visitado pelo primeiro-ministro timorense, Rui Maria de Araújo acompanhado do responsável da autoridade regional do enclave de Oecusse, Mari Alkatiri, menos de um mês antes de ser inaugurada.

Instalada numa operação complicada na quinta-feira, a caravela, que é acompanhada de oito figuras também em bronze - o navegador, o padre, o porta-estandarte, dois marinheiros e três timorenses - está no centro de um círculo que domina o novo monumento, ainda em construção.

"Em conjunto todos os componentes da obra pesam cerca de 10 toneladas. É metade de uma caravela original. Pesa cerca de 8 toneladas e meia, só a caravela, e no total cerca de 10 toneladas. Tem 13 metros de comprimento, uma altura de 4,3 metros e uma largura de cerca de 3,2 metros", disse à Lusa Fernando Lage, responsável da fundição.

"Tem uma estrutura interior e a única estrutura que não é em bronze são as velas", comentou Lage, que veio a Timor para supervisionar a instalação da caravela.

Em declarações à Lusa, recordou a ideia por trás do monumento que, considera, vai ser chamariz para a região.

"Começou com a ideia de celebrar a chegada dos portugueses a Timor-Leste. Pensou fazer-se uma caravela toda construída em bronze, mas como se construída em madeira, com cada tabua construída e depois montada peça a peça", explicou.

"Temos o descobridor, o padre, o porta-estandarte e os timorenses que os receberam. Sabemos que há 500 anos não era exatamente assim mas tentamos embelezar um pouco. Penso que foi conseguido", disse ainda.

Esta foi a segunda obra da Fundição Lage para Timor-Leste, depois da estátua do Papa João Paulo II que está na zona de Taci Tolo, a oeste de Díli.

"Esta foi um desafio maior porque é uma peça que, penso, no mundo inteiro não há nem parecido. Penso que para Timor-Leste vai ser um bom ponto de atração", disse.

ASP // APN

Lusa/Fim