Em declarações à agência Lusa no âmbito do dia mundial de luta contra o paludismo, que se assinala hoje no país e cujo ato central aconteceu no bairro de Fontão, com 17 poços a céu aberto e um dos principais focos da proliferação de mosquito, o diretor do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo do Ministério da Saúde cabo-verdiano, António Lima Moreira, indicou que os três casos até agora são todos importados.

No ano passado, dos 46 casos diagnosticados, 24 foram importados, provavelmente da costa oeste-africana, e 22 autóctones.

António Lima Moreira informou que o Ministério da Saúde tem um plano de vigilância ativo para fazer acompanhamento de casos importados, bem como um serviço de consulta de viajantes, o que tem contribuído para a diminuição dos casos.

"Há todo um trabalho um trabalho que tem sido feito para que em 2020 não tenhamos casos autóctones", traçou o responsável sanitário, confirmando que apenas duas das nove ilhas habitadas do país - Santiago e Boavista - registam casos de paludismo, sendo que os três casos nos primeiros meses deste ano foram diagnosticados na capital cabo-verdiana.

O diretor do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo destacou, por outro lado, a colaboração da população e a parceria com as câmaras municipais, ministérios, Universidades, Electra e delegacias de saúde.

"Estamos a melhorar de ano para ano com as intervenções de fundo, sobretudo no meio ambiente, ter menos lixo, menos pneus, menos água estagnada, melhor cuidado e tratamento das águas, melhor sensibilização da população. É evidente que isso trará resultados positivos em relação à doença", acrescentou.

António Lima Moreira disse ainda que uma das preocupações das autoridades sanitárias é realizar atividades durante todo o ano para estarem preparados na época das chuvas, que já se aproxima, e se tiver algo caso, diagnosticá-lo precocemente e tratá-lo para evitar óbitos.

O paludismo é uma infeção no sangue transmitida via picada do mosquito, que pode ser diagnosticado por sintomas que podem incluir temperaturas corporais elevadas (febre), suores e calafrios, uma sensação geral de mal-estar, dores musculares, dores de cabeça, tosse, diarreia e vómitos.

Em Cabo Verde, a taxa de paludismo tem sido residual e, em janeiro de 2013, o arquipélago foi premiado pelos esforços no combate à doença pela Aliança de Líderes Africanos para a Malária, depois de obter uma cobertura de 95% de redes impregnadas com inseticida para prevenir a contaminação.

Segundo os dados de 2012 da Organização Mundial de Saúde (OMS), a África Subsaariana é onde a taxa de incidência é a maior em todo o mundo, absorvendo 80% dos novos casos de infeção, e é a principal cauda de morte de crianças menores de cinco anos, matando uma a cada minuto (1.500 mortes do dia).

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