"O ministério dos Negócios Estrangeiros enviou uma carta a nomear Irina Georgieva Bokova para o cargo de secretário-geral da ONU", refere um comunicado da diplomacia búlgara.

"Dada a sua formação e experiência, Bokova pode ser um dos principais candidatos na campanha para a secretária-geral da ONU", acrescenta.

O próximo secretário-geral da ONU assumirá funções a 01 de janeiro do próximo ano, substituindo o sul-coreano Ban Ki-moon, que cumpriu dois mandatos de cinco anos.

Bukova, de 63 anos, foi a primeira mulher a liderar a UNESCO e a primeira figura do antigo bloco soviético a liderar uma agência da ONU, quando foi eleita em 2009.

A admissão da Palestina como país-membro da UNESCO, em outubro de 2011, e a suspensão imediata do financiamento da organização pelos Estados Unidos causaram alguns problemas a Bokova, que acabou por ser reconduzida no cargo. O seu mandato à frente da UNESCO termina no final de 2017.

"Sei que vou ganhar a votação na ONU", disse Bokova ao canal de televisão privado Nova. Vários 'media' búlgaros noticiaram que Bokova conta com o apoio da Rússia na candidatura à ONU.

Diplomata de carreira e ex-deputada socialista, Bokova estudou no Instituto de Relações Internacionais de Moscovo e, posteriormente, na universidade de Maryland e Harvard nos Estados Unidos.

Entre 1995 e 1997, foi nomeada vice-ministra dos Negócios Estrangeiros para coordenar as relações da Bulgária com a UE, e entre novembro de 1996 e fevereiro de 1997 assumiu a chefia da diplomacia búlgara para negociar a adesão à União.

A Europa de Leste é o único grupo regional que ainda teve um secretário-geral da ONU, sendo os candidatos desta zona considerados favoritos na eleição.

Além de Bokova, foram anunciadas outras duas candidaturas oficiais oriundas daquela região: a da ministra dos Negócios Estrangeiros croata, Vesna Pusic, e a do macedónio Srgjan Kerim, que presidiu à assembleia-geral da ONU entre 2007 e 2008.

António Guterres, alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) até 31 de dezembro passado, anunciou que se vai candidatar ao cargo de secretário-geral.

A apresentação oficial da candidatura do ex-primeiro-ministro português deverá ser feita ainda este mês.

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