A manifestação terá como lema 'Via Lliure a la República Catalana' (Via livre para a República Catalã) e começa às 17:14 horas locais (numa referência a 1714, o ano da rendição de Barcelona perante o ataque das tropas de Felipe V, na Guerra da Sucessão Espanhola).

Cada um dos participantes - até quinta-feira já estavam inscritas 360 mil pessoas - levará vestida uma t-shirt branca e uma cartolina de uma determinada cor, para poderem formar um mosaico colorido. A manifestação foi organizada pela Assembleia Nacional Catalã (ANC), que fornecerá o material a cada um dos participantes.

Já com a avenida "cheia" de camisolas brancas será dado um sinal e todos os participantes vão erguer as suas cartolinas, apontando em direção ao Parlamento da Catalunha.

A organização pretende que os participantes se manifestem ao longo de cinco quilómetros, do bairro de Sant Andreu até ao Parque da Ciudadela, onde se encontra o Parlamento catalão.

Cada uma das cores das cartolinas tem um significado e está associada a um local (não só na atual Catalunha, mas também a Comunidade Valenciana e Ilhas Baleares).

As dez cores representam os "eixos" sobre os quais a ANC quer fundar uma República Catalã: rosa claro (regeneração democrática); verde claro (abertura ao mundo); verde forte (bem-estar e justiça social); laranja (diversidade); castanho (solidariedade); rosa forte (igualdade); azul claro (sustentabilidade); azul forte (equilíbrio territorial); vermelho (educação e cultura) e cinzento (inovação).

A manifestação da Diada coincide com o primeiro dia da campanha para as eleições autonómicas da Catalunha.

Os partidos independentistas (a plataforma "Junts pel Sí", do presidente do governo regional Artur Mas) e a CUP (Candidatura de Unidade Popular, extrema-esquerda) consideram que as eleições serão um plebiscito à independência, afirmando que votar neles é votar na separação da Catalunha do resto de Espanha, algo que a atual constituição espanhola não permite.

Também surge num momento em que as sondagens mostram uma Catalunha dividida, com a vantagem dos partidos independentistas a diminuir. A maioria absoluta que colocaram como condição para avançar unilateralmente está agora "presa" por dois ou mesmo apenas um deputado.

Artur Mas, considera uma maioria parlamentar como condição essencial para avançar um processo de independência no prazo de ano e meio. As sondagens mostram que há a possibilidade de os partidos do "Sim" obterem mais deputados, mas menos votos que todos os outros partidos.

Antes da manifestação, Artur Mas e outros elementos da plataforma independentista darão uma conferência de imprensa para explicar o processo à imprensa internacional.

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