O BTG Pactual, o primeiro banco de investimento da América Latina, anunciou a demissão do seu dirigente, em comunicado, na madrugada de hoje, sem fazer qualquer referência ao processo judicial em curso.

Pouco antes, o Tribunal Supremo do Brasil tinha decidido estender por tempo indeterminado a prisão preventiva do banqueiro, detido na quarta-feira passada, suspeito de ter tentado comprar o silêncio de um antigo executivo do grupo petrolífero Petrobras.

O escândalo de corrupção da Petrobras já resultou na detenção da maioria dos antigos diretores da gigante estatal e dos líderes da gigante brasileira BTP (construção e obras públicas).

"Os objetos apreendidos na quarta-feira e as declarações dos arguidos pesam contra André Esteves", explicou o Ministério Público em comunicado.

Os investigadores suspeitam que Esteves, de 47 anos, dono de uma fortuna pessoal estimada em 2,1 mil milhões de dólares pela revista Forbes, tenha sido cúmplice de Delcidio do Amaral, líder do Governo brasileiro no senado, do Partido dos Trabalhadores (PT, no poder), numa tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cervero, preso e prestes a fechar um acordo de colaboração com a Justiça em troca de redução de pena.

A prisão preventiva do senador Amaral foi também prolongada pela Justiça.

O novo presidente do conselho de administração do BTG Pactual será Persio Arida, enquanto Marcelo Kalim e Roberto Sallouti vão dividir as funções de diretor geral.

A investigação à Petrobras, lançada em 2014, foi instaurada após suspeitas de pagamento de subornos em contratos relativos a cinco obras feitas para a petrolífera.

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Lusa/fim