Além do apoio direto ao orçamento, o BM tem previstos 300 milhões de dólares (273 milhões de euros) em projetos específicos de investimentos em Moçambique, foi hoje adiantado durante a visita ao país do diretor-executivo da instituição financeira internacional, Louis Rene Peter Larose, responsável por 22 estados africanos, entre os quais Moçambique.

Larose termina na sexta-feira uma deslocação de seis dias a Moçambique, que incluiu uma visita de campo à província de Nampula, norte do país, e reuniões, realizadas hoje em Maputo, com o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, e com o ministro das Finanças, Adriano Maleiane.

Durante um encontro hoje do diretor-executivo do BM com a imprensa, foi também anunciado que a instituição está em pré-negociações com o Governo moçambicano para definir os setores prioritários dos seus projetos para um programa com a duração de cinco anos e a iniciar-se dentro de nove meses.

"Moçambique tem uma relação muito boa com o Banco Mundial há mais de trinta anos e garanto que vai ser reforçada nos próximos", assegurou o diretor-executivo da instituição, que disse ter ficado impressionado com a quantidade de projetos em curso na província de Nampula, "reveladora das grandes oportunidades do país".

Louis Rene Peter Larose alertou, por outro lado, que "as infraestruturas, sobretudo as estradas, são muito importantes para catapultar o desenvolvimento da província [Nampula] e do país" e que esse setor "precisa de mais apoio do Banco Mundial".

Do mesmo modo, após a visita de campo a Nampula, o diretor-executivo do BM disse ter verificado que a formação é insuficiente se os profissionais não puderem trabalhar com dignidade, avisando que "é preciso investir no capital humano, porque sem ele não importa a perfeição dos planos estratégicos".

No encontro com os jornalistas, foi ainda adiantado que o BM está a trabalhar com o Governo moçambicano na avaliação dos estragos provocados pelas cheias que devastaram o centro e o norte do país em janeiro.

Várias instituições financeiras reviram as suas previsões de crescimento para Moçambique devido às inundações, mas ainda assim mantêm perspetivas para a manutenção de níveis robustos.

"Nas últimas décadas Moçambique tem tido um crescimento muito bom, de cerca de 8%, muitos países lutam bastante para conseguir 2%", disse Louis Rene Peter Larose, sustentando que os "os moçambicanos devem sentir-se confortáveis com estes valores".

A descida da cotação de recursos minerais, que tem provocado forte agitação no setor do carvão em Moçambique, foi também desvalorizada pelo diretor-executivo do BM, para quem "a história já ditou que nenhuma crise dura para sempre".

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