No Boletim Económico de dezembro divulgado hoje, o banco central revê em baixa a previsão de crescimento económico para este ano, de 1,7% para 1,6%, mas também para os próximos dois anos.

O Banco de Portugal estima agora que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,7% em 2016 e 1,8% em 2017, uma revisão em baixa de 0,2 pontos percentuais face ao estimado no Boletim Económico divulgado em julho.

O banco central admite um "grau de incerteza particularmente elevado" na projeção, "dado que à data de fecho dos dados", em 19 de novembro, "não se conhecia informação relativa às medidas de natureza orçamental que serão implementadas nos próximos anos", nomeadamente o Orçamento do Estado para 2016.

Além disso, o BdP considera que "os principais fatores de risco" de uma revisão baixa são a possibilidade de uma recuperação mais moderada da atividade mundial e dos fluxos de comércio mundiais, em particular nas economias emergentes".

A revisão em baixa do crescimento do PIB em 2015, mas também em 2016 e 2017, decorre essencialmente, explica o Banco de Portugal, de um comportamento das exportações "menos favorável" do que o esperado.

O Banco de Portugal prevê agora uma manutenção do contributo da procura interna para o crescimento do PIB líquido de importações (nos 1,1 pontos percentuais) e uma redução do peso das exportações para 0,4 pontos percentuais (face aos 0,6 estimados no boletim anterior).

O banco central antevê um aumento do contributo da procura interna para o crescimento do PIB em 2016 e 2017, para 0,9 pontos percentuais em cada um dos dois anos, e uma redução do peso das exportações, para 0,8 pontos percentuais e para 0,9 pontos percentuais, respetivamente.

Em julho, o BdP estimava que as exportações representassem 1,2 pontos do crescimento do PIB em cada um dos anos, e que a procura interna pesasse 0,7 pontos em 2016 e 0,8 pontos em 2017.

O BdP continua a prever que Portugal feche 2015 com contas externas positivas, de 2,4% do PIB, tendo revisto ligeiramente em alta a previsão do saldo da balança corrente e de capital para este ano (em 0,1 pontos percentuais), e em baixa o saldo para os dois próximos anos.

As contas externas devem representar, estima o banco central, um saldo positivo de 2,5% do PIB em 2016 e de 2,3% do PIB em 2017, menos 0,7 e 0,9 pontos percentuais face ao que o estimado em julho.

Por outro lado, o banco central estima agora que a inflação se fixe em 0,6% este ano, em 1,1% em 2016 e em 1,6% em 2017. No Boletim Económico de julho previa-se uma taxa de inflação de 0,5% em 2015, 1,2% em 2016 e de 1,3% em 2017.

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