"Um fracasso das negociações seria o início de um processo doloroso que conduziria inicialmente ao incumprimento de pagamentos e finalmente à saída da zona euro e, provavelmente, da União Europeia", afirmou Stournaras durante uma comparência no Parlamento para apresentar o relatório sobre a política monetária de 2014 a 2015.

O governador do banco central grego congratulou-se com a aproximação entre o Governo grego e as instituições (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) sobre a necessidade de rever em baixa os objetivos de excedente primário e considerou "da mesma importância precisar a intenção dos parceiros para reestruturar a dívida".

O relatório do Banco da Grécia sublinha que a incerteza dos últimos dois trimestres teve consequências nefastas para a economia grega e confirma que no período desde outubro de 2014 a abril deste ano saíram do sistema bancário grego "quase 30.000 milhões de euros", que em boa parte ficaram em mãos de particulares.

Segundo o relatório, um acordo restabeleceria a confiança entre as autoridades gregas e os credores, garantiria o apoio financeiro dos parceiros e do Fundo Monetário Internacional ao país e permitiria aplicar uma política financeira mais equilibrada.

A Grécia também poderia tirar proveitos do programa de compra de dívida soberana do Banco Central Europeu.

O relatório conclui com uma série de propostas para a elaboração de uma política de crescimento, que deveria continuar as reformas estruturais, fortalecer a criação de emprego para fazer frente à alta taxa de desemprego, adotar um fiscalidade estável e manter o ritmo do gasto público.

O documento sublinha que o excedente primário deve ser conseguido "através de medidas estruturais e não com medidas que aumentem os impostos".

Também pede para ter atenção à sustentabilidade do sistema de pensões "com a redução das exceções que há nas regras gerais", aludindo, por exemplo, às reformas antecipadas.

O governador do banco central grego concluiu que com o apoio dos parceiros se pode acelerar o procedimento para que o país possa regressar a financiar-se nos mercados e sublinhou que o novo programa deve incluir a promessa dos parceiros fizeram em novembro de 2012, incluída no segundo resgate, de reestruturar a dívida.

MC // MSF

Lusa/Fim