Professora associada no Departamento de Astronomia do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Thaisa Storchi Bergman deverá ser condecorada com o galardão pelo trabalho que está a desenvolver sobre os buracos negros, considerado pelos cientistas como "um dos fenómenos mais enigmáticos e complexos do Universo".

No comunicado, divulgado pela comissão organizadora da 17ª edição do prémio L'Oréal-UNESCO, o trabalho da astrónoma brasileira na descoberta dos buracos negros é destacado e elogiado.

Segundo a nota, Thaisa Bergman "está convencida de que a educação para todos é a chave para um mundo melhor e, por meio de seu trabalho, espera contribuir para a promoção da ciência como um plano de carreira cativante e divertido".

Também concorrem ao prémio, que será anunciado a 18 de março, na Sorbonne, em Paris, cientistas de Marrocos, Canadá, Reino Unido e China, que "serão homenageadas pelas descobertas revolucionárias nas ciências físicas", assinala a nota.

As cinco cientistas foram selecionadas nas cinco regiões do mundo por um júri composto por 12 proeminentes cientistas internacionais que foram escolhidos pessoalmente pelo presidente do júri, Ahmed Zewail, Prémio Nobel de Química, em 1999.

De acordo com a nota, a britânica Carol Robinson, da Universidade de Oxford, concorre após ter criado "um método revolucionário para estudar como funcionam especialmente as proteínas de membrana".

Outra cientista, a canadiana Molly Shoichet figura na lista por ter desenvolvido novos materiais para regenerar o tecido nervoso danificado e pela descoberta de um novo método que faz chegar os medicamentos diretamente na medula espinal e no cérebro.

A marroquina Rajaa Cherkaoui, El Moursli, da Universidade Agdal, em Rabat, doutorada em Física Nuclear, e apelidada de "ativista da investigação", será homenageada pela "contribuição chave para uma das maiores descobertas da física: a prova da existência do Bosão de Higgs, a partícula responsável pela criação de massa no Universo.

Já a cientista chinesa Yi Xie da Universidade de Ciência e Tecnologia Hefei da China, será homenageada pelas "contribuições significativas" para a criação de novos nanomateriais com aplicações "promissoras" na conversão de calor ou de luz solar em eletricidade, lê-se na nota.

"O seu trabalho vai contribuir muito para diminuir a poluição e aumentar a eficiência energética, e abrirá perspetivas promissoras para o futuro", considera a comissão organizadora.

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