Numa viagem em que estará acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Cultura, João Soares, o primeiro-ministro assume como desígnio político do seu executivo a criação de um espaço de livre circulação económica e de pessoas entre os países de expressão portuguesa.

Nos dois dias de permanência de António Costa em Cabo Verde, os pontos altos do programa acontecerão primeiro hoje, ao fim da manhã, com a assinatura pelos dois governos do memorando do Programa Estratégico de Cooperação (PEC 2016/2018) e, depois, na quarta-feira, também na ilha de Santiago, com a inauguração do Museu do Campo de Concentração do Tarrafal.

Além das tradicionais áreas de cooperação nos domínios da educação, saúde e segurança, os executivos de Lisboa e da Praia estudam lançar-se em novas parcerias em setores como as energias renováveis, a economia marítima e as tecnologias de inovação.

Hoje, o programa de António Costa estará centrado na Praia e terá um caráter mais institucional, começando ao início da manhã com um encontro a sós com o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, que depois será alargado às comitivas dos dois governos, seguindo-se a assinatura do memorando PEC e uma conferência de imprensa.

Na parte da tarde, o primeiro-ministro português reúne-se com o líder do maior partido da oposição, do Movimento para a Democracia (MPD), Ulisses Correia e Silva, com a presidente do Partido Africano de Independência de Cabo Verde (PAICV) Janira Hopffer Almada - força política que está no Governo -, e com presidente interino da Câmara Municipal da Cidade da Praia, Óscar Santos.

Antes do jantar oficial, António Costa é recebido pelo presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Basílio Ramos, e pelo chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, tendo ainda passagens pelo café Sofia da cidade da Praia e pela Reitoria da Universidade de Cabo Verde.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro começa o dia com um ato solene, depondo uma coroa de flores no memorial Amílcar Cabral, deslocando-se depois ao Campo de Concentração do Tarrafal, criado pelo regime de Oliveira Salazar em 1936 e encerrado em 1954, onde terão morrido mais de três dezenas de presos políticos resistentes à ditadura do Estado Novo, entre eles o antigo secretário-geral do PCP Bento Gonçalves (1942).

No município do Tarrafal, António Costa inaugura o Museu do Campo de Concentração, projeto que tem a cooperação de Portugal.

Antes deste ponto, o líder do executivo nacional visitará outro projeto apoiado por Portugal, a barragem de Figueira Gorda, numa jornada que termina com um almoço informal no Centro Recreativo da Serra da Malagueta.

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