"O Ano do Macaco não é ainda um ano em que podemos ser muito otimistas"", afirmou Helena de Senna Fernandes.

"Ainda estamos a verificar que o cenário económico global não está muito estável", disse, referindo-se à queda, desde 2014, das receitas dos casinos, principal motor da economia e do turismo em Macau.

O número de turistas desceu 2,57% em 2015, a primeira queda desde 2009.

Para a diretora dos Serviços de Turismo, "na melhor das expectativas", será possível "atingir um ligeiro aumento, na ordem de 1%", no número de visitantes em 2016.

"Mas não temos muitas expectativas porque este ano ainda não vai ser fácil", sublinhou.

Em fevereiro de 2015, também à margem das celebrações do ano lunar, o Executivo anunciou a intenção de negociar com o Governo Central a imposição de um limite ao número de turistas da China em Macau.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, chegou mesmo a deslocar-se a Pequim para discutir o assunto, mas desde então nenhuma medida foi anunciada.

Confirmando que tais negociações tiveram lugar, e contaram com o apoio de diferentes instituições da China continental, Senna Fernandes disse apenas que o Governo de Macau se vai concentrar na "melhor distribuição [dos turistas] durante diferentes épocas do ano" e numa mudança de estratégia no que toca às campanhas de promoção na China, o principal mercado de origem dos turistas.

"Dentro da China estamos a fazer uma mudança em termos da nossa maneira de atrair turistas, estamos a ir além de Guangdong", indicou, referindo-se à província vizinha de Macau, de onde chega a maioria dos visitantes.

"A sua estadia continua a ser um bocadinho curta", lamentou. Por esse motivo, os Serviços de Turismo querem "ir além de Guangdong para atrair turistas de longa distância, turistas que têm menos oportunidades de visitar Macau, que não conhecem bem Macau", sendo por isso possível atrai-los "a ficar mais tempo e despender mais".

Macau recebeu no ano passado mais de 30,7 milhões de visitantes, dois quais 20,4 milhões eram oriundos da China interior.

Menos de metade do total de visitantes (46,6%) pernoitaram na cidade em 2014 e aqueles que o fizeram permaneceram em média 2,1 dias em Macau.

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