A governante falava aos jornalistas depois de se reunir em Luanda com importadores nacionais e bancos comerciais, encontro em que participou o governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior e que serviu para analisar as dificuldades sentidas pelas empresas no acesso a divisas, face à quebra da cotação do barril de petróleo no mercado internacional.

De acordo com Rosa Pacavira, verificam-se "constrangimentos relativos aos pagamentos" de mercadoria importada, com remessas em atraso desde novembro, devido à escassez de divisas.

"O BNA está neste momento a disponibilizar remessas para os bancos, de forma gradual, para que então se possa fazer o pagamento daqueles importadores de produtos alimentares e medicamentos, essencialmente. Para que tenhamos então os produtos a entrarem para o país", afirmou a governante, no final do encontro.

Não foram adiantados valores em concreto, sendo que na semana passada o BNA vendeu aos bancos comerciais, de acordo com dados recolhidos pela Lusa junto da instituição, 300 milhões de dólares (267 milhões de euros) em divisas.

Na origem do problema está a diminuição de receitas de venda do barril de crude por Angola, o que fez diminuir a entrada de divisas no país, provocando a escassez de dólares no mercado e dificultando o pagamento das empresas a fornecedores internacionais.

O presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino, em declarações à Lusa, já defendeu uma desvalorização de 8% na moeda nacional, o kwanza, para travar a crescente procura de dólares no mercado, cuja cotação disparou devido à crise no petróleo.

Aproveitando a reunião com os importadores, a ministra do Comércio apontou que, "num total despeito", há produtores que chegam a Luanda sem o devido licenciamento, pelo que serão tomadas medidas, nomeadamente fazendo-os reverter para instituições de solidariedade social.

"O produto que não está licenciado não está autorizado a entrar no país e temos que tomar algumas medidas, cautelares, neste sentido, para que futuramente os importadores não importarem produtos que não estejam licenciados", rematou Rosa Pacavira.

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